No meio da frase, a meio da frase e fim: "a way a lone a last a loved a long the / riverrun, past Eve and Adam's, from swerve of shore to bend of bay, brings us by a commodius vicus of recirculation back to Howth Castle and Environs." | Uma mulher bela, imperfeita e bela. | |
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O pai, a mãe, a filha. Íamos votar. A foto é do António, irmão que estais no céu, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. | A família toda tem o olhar atravessado por uma melancolia. Andamos no arame. | |
feminina até dizer chega. | ||
Este nome tem o som de vários nomes. Um em especial: Rui Valentim de Carvalho. | Lisboa '94 Capital Europeia da Cultura. Quando fiz este trabalho estava grávida e feliz. Ganhei sem ganhar. Segundo consta, os logótipos que existiam eram muito maus. Chamaram-me à última da hora e depois fui mãe. Não achei piada nenhuma a esta história. Ser mãe foi o melhor de tudo. Que rara coincidência apaziguante. | A melhor de todas as Camilas da Cidade. Enquanto esteve preso, Ruben observava formigas que caminhavam pela ponte sobre o Tejo. Perspectiva e sobrevivência. |
Saltos na areia molhada. Mais estilo que resistência, maior agilidade que os opositores. Competição em estado puro sem fair play. São as minhas pernas a falar, e os pés de ossos frágeis a desobedecer à medicina. | ||
Um dia, resolvi começar a fazer tapetes, na realidade tapetões. O Simba cão achou que cada trabalho destes lhe era destinado. | No Natal faz biscoitos para teres oiros. Inventei este rifão, já o Freud falava do leite fervido que caía no prato do gato e assim se alimentavam dono e animal. | |
As neves maiores depois das neves fondantes. Seguia no meu carro, ruas limpas com sal, claro. | Sei pouco, mas sei. Aprendi na Escola Chinesa da Almirante Reis. | Sem dúvida o mais extraordinário trabalho que jamais fiz. Se bem repararem, o Márcio Ivens (do êxito Bilu Teteia) não tem olhos, sendo que os tem! |
Camila na cidade com Ruben de Carvalho. Um dos momentos mais felizes. O Ruben sabe falar sobre Lisboa. Enquanto esteve preso, contou, tinha por amigas umas quantas formigas que as observava a marchar na ponte. Questão de perspectiva e sobrevivência. | ||
O Daniel Oliveira apareceu nervoso, não me olhou uma única vez nos olhos. Falava sem parar. Deixei de o ouvir e resolvi escrever sobre líquenes. A pessoa não me encantou. | Custo da vida. | As primeiras flores. |
Morte de Nimoy. Milhões de imagens simbólicas. | Dr. Chase da série Dr. House. Um tratado sobre a arrogância. | São árvores. |
Dentro da caixa. | Nada a acrescentar. | Nada a acrescentar. |
As palmeiras. | Nos céus. | O Cão. |
Sem data. A capa é um primor de tipografia. De tipografia sim, essa mesma. | A pata. | O Cão gosta de viver aqui. |
Debaixo de terra. | Uma experiência. | Uma exposição africana. |
Palíndromo. | Gratuito flamengo. | Sindika. |
Cartas. | Raio X. | Final da maladie. |
Chegada da praia. |
Ontem escrevi um texto curioso sobre animais, bestioles, carraças. Perdi-o entre as múltiplas experiências nas plataformas para sites. A minha ideia é errar até acertar e sobretudo ver-me livre de quem não me trata bem. Amália dizia: "só gosto de quem de mim gosta". Não por acaso, tinha toda a razão. Se Deleuze -- continuo em Deleuze porque é mais uma das minhas paixões -- se o conhecesse casava com ele e fazia-lhe a vida feliz e negra. Raros são os homens que têm capacidade para perceber todo o mal que uma mulher é capaz de fazer tão bem. Não se percebe, contudo, porque estamos, nós mulheres, tão agarradas, coladas à nossa história de infantilização à força. "É feminista?"; "Sou e sou tão feminista que exijo a cada homem que me passa pelas mãos que me pague almoços, jantares, viagens, bons hotéis"; "isso é ser feminista?"; "Claro. Ao homem o que é do homem, à mulher o que é de ambos e isto é tão óbvio que só um estúpido grunho não percebe. Nós precisamos muitíssimo de homens que não sejam filhos das suas mamãs e que se aguentem à bomboca com mulheres que os mandam à merda, assim como lhes dizem: anda cá, meu querido: "aqui quem manda sou eu"*. E portanto Deleuze gostava de pulgas, carraças. Explicava-as sem desprezo e encaixava-as no seu lugar de bestioles ou bêtes que em português não quer dizer besta. Animal é uma palavra mais complexa e sem a voltinha clever-clever de bestas associada ao humano comportamento bestial. Sabe-se, pois, que uma carraça pode viver anos num simples ramo de árvore até cair na pele limpinha que lhe servirá de nova morada: "Un point c'est tout, et de tout le reste la tique s'en fout", Deleuze.
* De "O Barão", único filme de jeito de Edgar Pêra. Um podão do cinema português que continua a filmar porque a sociedade é caridosa.